Tourism / Cabo Verde

Os céus de Cabo Verde estão em constante expansão

A história económica moderna de Cabo Verde confundese com a dos seus aeroportos. Uma história que começou em 1939, quando os italianos construíram na Ilha do Sal um ponto de escala para os vôos rumo à América do Sul. Nos últimos 10 anos, a história avançou a passo acelerado.

Os céus de Cabo Verde estão em constante expansão

Pescador e pescado fresco em Santa Maria, Ilha do Sal

O facto de ser um arquipélago e de se situar numa zona que serve de “ponte” entre a Europa e as Américas proporciona a Cabo Verde mais uma oportunidade de avanço económico. As ligações aéreas entre as principais ilhas (imprescindíveis para as deslocações das populações), bem como as ligações internacionais, estão em franca expansão para acompanhar o crescimento do turismo no país. Actualmente, Cabo Verde conta com quatro aeroportos, todos internacionais: Amílcar Cabral (Santa Maria, Ilha do Sal), Cesária Évora (Ilha de S. Vicente), Praia (Ilha de Santiago) e Boavista (inaugurado em 2007). Também existem três aeródromos (Maio, Fogo e S. Nicolau), que complementam as necessidades e a oferta aérea do arquipélago.

Recordese que o aeroporto na Ilha do Sal, inaugurado em 1949, foi o primeiro aeroporto internacional de Cabo Verde e reúne, hoje, condições excepcionais, estando preparado para receber, como pista alternativa, as naves ‘space shuttle’ da NASA. No que respeita ao aeroporto da Boavista, destacase o enorme impacto no turismo e economia locais, devi- do ao crescente fluxo de vôos ‘charter’ que chegam à ilha (dos dois vôos charter semanais previstos inicialmente, o aeroporto acolhe agora 35).

A melhoria dos aeroportos, a construção de novas unidades e a implementação de modernos sistemas de segurança e de apoio técnico aos operadores têm sido prioridades constantes para a ASA – Aeroportos e Segurança Aérea de Cabo Verde, criada em 1984 e responsável pela administração do sector aeronáutico do país. Presidida por Mário Paixão, a ASA “tem a seu cargo a gestão de um espaço aéreo muito importante: o corredor entre a Europa e a América do Sul”, refere o responsável, adiantando que “num país que tem no turismo um dos principais pilares de desenvolvimento, os transportes aéreos desempenham um papel de destaque”.

Para o presidente, “o processo de desenvolvimento dos transportes aéreos começou pela modernização dos sistemas de controlo de tráfego e dos próprios aeroportos, para elevarmos os níveis de qualidade a padrões equivalentes aos dos países desenvolvidos. Em 2004 inaugurámos um novo Centro de Controlo – o FIR Oceânico do Sal [FIR: Região de Informação de Voo] e, a partir de 2005, com a inauguração sucessiva dos nossos aeroportos internacionais criámos as condições para a logística e serviços essen- ciais para alavancar o potencial turístico das ilhas”.

A ASA gere o corredor aéreo entre a Europa e a América do Sul, um espaço aéreo estratégico, sobrevoado cada dia por 112 aeronaves e cerca de 10 mil passageiros. Instalámos o que há de melhor no mundo em termos de controle do tráfego aéreo, elevando os níveis de segurança no corredor do Atlântico sul.

Na vanguarda do controle aereo
Um dos factores mais importantes na modernização do sector aeronáutico cabo-verdiano, tem sido o incremento dos padrões de segurança e de qualidade, nos quais a ASA não tem poupado esforços que são reconhecidos internacionalmente. Segundo o presidente da empresa, “Cabo Verde está em linha com os padrões da ICAO [Organização Internacional da Aviação Civil] e, após o 11 de Setembro de 2001, fomos o primeiro país a obter a Certificação 1 da Administração Federal da Avião dos EUA, no âmbito do programa Safe Sky for Africa. Possuímos os equipamentos mais modernos disponíveis actualmente, a nível mundial, e temos instaladas as mais recentes tecnologias de comunicação, navegação, vigilância e gestão de tráfego, um conjunto de sistemas designado CNS/ATM. Dispomos também de uma rede radar secundária de vigilância, com ums óptima cobertura de todo o nosso espaço aéreo”.

O responsável da ASA destaca a parceria com a TAP pela forma como a companhia portuguesa apostou em Cabo Verde: “Para nós, a TAP é um grande parceiro estratégico e tem agora 14 vôos semanais para Cabo Verde, o que era impensável há alguns anos”. Gerindo com eficácia o presente para assegurar o futuro, Mário Paixão refere que “o grande desafio da ASA para os próximos dez anos, será a consolidação e o melhoramento do que já foi feito em termos aeroportuários. Os quatro aeroportos internacionais são o cumprimento de um plano ambicioso, e estamos conscientes que o retorno desses investimentos virá a longo prazo. Trabalhamos num clima geral de incerteza e temos de estar atentos à situação internacional. O essencial é conseguirmos contribuir para a modernização e o crescimento de Cabo Verde e, por isso, fazemos questão – e temos meios para tal em posicionarmonos na vanguarda da tecnologia ao serviço da aeronáutica civil, e apostamos também na constante modernização dos nossos aeroportos internacionais”.